Identidade racial na educação infantil: o que pensam as professoras acerca da educação das relações raciais e da construção de uma autoimagem positiva da criança negra?

Identidade racial na educação infantil: o que pensam as professoras acerca da educação das relações raciais e da construção de uma autoimagem positiva da criança negra?

Resumo: O presente artigo teve como objetivo principal investigar o que as professoras pensam sobre as relações raciais na Educação Infantil na perspectiva de construção de uma autoimagem positiva da criança negra. Realizamos entrevistas semi-estruturadas com dez professoras da Educação Infantil da rede municipal de ensino do Recife e da rede particular de ensino. A pesquisa aponta que as professoras alegam dificuldades para trabalhar o tema das relações raciais devido a pouca ou nenhuma formação a respeito da temática. Elas afirmam ainda que quando a escola oferece alguma formação sobre o tema, o faz de forma fragmentada não explorando – a em profundidade.

Dayse Moura: Possui graduação em Pedagogia (1996), Mestrado em Educação (2001) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (2010). Atualmente é professora Adjunta do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Universidade Federal de Pernambuco e coordena o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFPE- NEAB. Tem experiências na área de formação de professores(as) com ênfase nos processos de Alfabetização, Educação de Jovens e Adultos e a Educação das Relações Raciais. É organizadora do livro: Educação das relações étnico-raciais nas escolas: o que indicam as pesquisas? Autora do livro: Leitura e Construção Identidades raciais na Educação de Jovens e Adultos, ambos editados pela Editora Universitária da UFPE e o livro de literatura infantil: Oranyam e a grande pescaria, editado pela Mazza Edições, Belo Horizonte, MG, 2014.

Adja Motta de Oliveira e Fabiana Leandro de Souza: Concluintes de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE

Palavras chaves: Educação Infantil, Educação das Relações Raciais, Práticas Antirracistas

Cidadania e direitos sexuais na África do Sul: reflexões sobre o reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo

Cidadania e direitos sexuais na África do Sul – reflexões sobre o reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo

Resumo: O presente artigo analisa a trajetória de construção de direitos sexuais relativos à conjugalidade de casais do mesmo sexo na África do Sul. Tendo por base os achados da pesquisa de doutorado, intitulada Cidadania e direitos sexuais: um estudo comparativo do reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo no Brasil e na África do Sul, o texto refletirá sobre a forma como ativistas gays e lésbicas idealizaram e colocaram em prática a luta pelo reconhecimento legal dos casais do mesmo sexo naquele país. Analisar-se-á o contexto social e político do país, com ênfase no momento de transição para o regime de maioria negra, juntamente com as estratégias de ação de ativistas gays e lésbicas, seus principais opositores e os resultados, intencionais ou não, de suas mobilizações em termos de ganhos legais.

Gustavo Gomes da Costa Santos – possui graduação em Ciências Sociais pela USP (2003),mestrado em Ciência Política pela UNICAMP (2006) e doutorado em Ciência Política na mesma instituição (2011). É atualmente professor adjunto de Sociologia Geral e pesquisador dos Programas de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) e Direitos Humanos (PPGDH) da UFPE. É coordenador do Grupo de Pesquisa Diversiones- Direitos Humanos, Poder e Cultura em Gênero e Sexualidade do CNPq. Tem experiência na área de Sociologia Política, com ênfase em movimentos sociais, ONGs e ação coletiva, políticas públicas, partidos políticos, cidadania, homofobia e direitos humanos na América Latina e África. Também possui experiência na área de direitos sexuais, conjugalidade entre pessoas do mesmo sexo e políticas estatais de combate à AIDS. (Texto informado pelo autor)

Palavras-chave: cidadania, direitos sexuais, uniões entre pessoas do mesmo sexo, reconhecimento legal, África do Sul.

 

Protestos sociais em Moçambique – Uma agenda de pesquisa

Protestos sociais em Moçambique – Uma agenda de pesquisa – Remo Mutzemberg

Resumo: A África, na última década, passou a ser lócus de investimentos de empresas internacionais, particularmente no campo da exploração de recursos naturais. A empresa brasileira Vale do Rio Doce é uma destas empresas que vem investindo na exploração do carvão em Moçambique. Por um lado, a presença da Vale em Tete-Mz gerou expectativas de desenvolvimento e é considerada como investimento importante para o desenvolvimento econômico do país. Por outro lado, essa presença e seus desdobramentos no campo social, ambiental e frustrações de expectativas da população têm gerado protestos de diferentes ordens. O texto busca situar a presença da Vale do Rio Doce, e de outras empresas brasileiras, em África, no quadro da diplomacia política e econômica brasileira, assumida na última década, e da política de incentivos adotados pelos países em África para atrair investimentos, particularmente em Moçambique. Segue análise da Vale em Moçambique, ao lado de outros projetos de mineração. Destaca-se uma análise das manifestações, ocorridas a partir de 2012, pelos reassentados da Vale, situando esses confrontos como parte visível das tensões geradas pela presença, não só da Vale, pelos megaprojetos de mineração. Coloca-se a questão de como esses confrontos se articulam com um movimento latente, isto é, com os questionamentos em relação à política interna moçambicana relativa aos megaprojetos que estariam produzindo riqueza sem fixá-la no país. Nessa direção, a consolidação das relações entre Brasil e Moçambique (e África), no sentido de se estabelecerem relações verticais ou horizontais, não depende apenas de acordos de cooperação, mas das dinâmicas políticas internas e externas, em que a Vale é apenas um dos atores. O texto, assim, se propõe pontuar questões de pesquisa que dizem respeito a processos sociais e políticos locais conectados transnacionalmente, que colocam como quadro geral o debate atual sobre desenvolvimento, dependência e cooperação nas relações Sul-Sul.

 

Remo Mutzenberg Mestre e doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professor associado do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco. Ministra disciplinas na área de metodologia e desenvolve pesquisa na área da Sociologia Política, com ênfase nos seguintes temas: discurso, sociedade civil, movimentos sociais, democracia e cidadania. Participa do Grupo de Pesquisa “Pós-estruturalismo, política e construção de identidades” e é líder do Grupo “Sociedade Brasileira Contemporânea: cultura, democracia e pensamento social” o qual está realizando uma pesquisa sobre o debate contemporâneo acerca dos processos de democratização e as formas assumidas em países africanos de língua portuguesa ? notadamente Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique ? em torno do problema da democratização, centrado nos conceitos de sociedade civil e de cultura política e seu confronto com a produção de autores brasileiros sobre esses temas . (Texto informado pelo autor)

Palavras-chave: Política externa brasileira. Desenvolvimento econômico. Protestos sociais. Relações Brasil África. Vale do Rio Doce. Moçambique.

 

A REPÚBLICA QUE NÃO OS PARIU: Dois africanos no pós-abolição (S.C- 1890). José Bento Rosa da Silva

A REPÚBLICA QUE NÃO OS PARIU – Dois africanos no pós abolição – José Bento Rosa

Resumo: Através da leitura de processos crimes, investiga-se a trajetória de dois ex-escravizados africanos nos primeiros anos do regime republicano, na então província de Santa Catarina. Os referidos processos apontam para a difícil experiência em que passaram alguns ex-escravizados, africanos ou crioulos no período recente à abolição da escravidão no Brasil. No entanto eles criaram suas estratégias de sobrevivências em meio às mudanças em curso, qual seja, do Império para a República.

 

José Bento Rosa da Silva possui graduação em História pela Fundação do Pólo Regional do Vale do Itajaí (1985), mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994) e doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da África, atuando principalmente nos seguintes temas: áfrica – história – diáspora, abolição – escravidão – trabalho, cidade – memória – porto, escravidão . Vinculado ao Centro De Estudos Africanos da Universidade do Porto(Portugal- 2002/2016) como investigador doutorado.Estágio pós-doutoral na Université Jean Jures – Mirail I [Toulouse- 2014-2015]. Vice-coord. do Instituto de Estudos da Africa na Universidade Federal de Pernambuco[2016-2017] (Texto informado pelo autor)

 

Palavras-chave: Pós-Abolição;Cabinda República.