Divulgando: II Entre corporalidades, escritas e cibercultura – 6 dimensões para o ensino de História da África

I ENTRE CORPORALIDADES, ESCRITAS E CIBERCULTURA:​ seis dimensões para o ensino de história da África

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01 de Dezembro de 2018 na UERJ/Maracanã 

Auditório 53 (5º andar) 

Objetivo:

Como um dos aportes que instituíram a obrigatoriedade do ensino da História da África nas escolas, este curso vem propor a formação de professores bem como a análise de experiências de implementação dos referidos conteúdos nos currículos escolares e sua produção de conhecimento nas múltiplas linguagens com foco na História e na Literatura, numa perspectiva que tangencie as artes, a religiosidade, a geografia cultural e as novas mídias.

Data:

01 de Dezembro de 2018

Sábado: das 9:00 às 17:00 horas

UERJ, Maracanã

Público Alvo:

Professores de quaisquer áreas ou graduandos

Programação completa aqui: http://grupoafricas.wixsite.com/site/agenda

Link para o formulário de inscrição:

https://docs.google.com/forms/d/1ciGFi8Wi0aXaMCM7Vyzlfnd5JgRoeWE4CQw_JPuPgMw/viewform?fbclid=IwAR00ANa1u2fnrtXTiyY2JgFFeoL6l8lZPdV8F9ZPk7kvK9Gtpw3p_Iw39yM&edit_requested=true

SOCIOLOGIA | Imagens distintas de nação tornam inconciliáveis posicionamentos sobre as ações afirmativas no país – por Renata Reynaldo

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O embasamento teórico do debate em torno das medidas que o Estado adota para eliminar desigualdades históricas, garantir oportunidades iguais a todos os cidadãos, além de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização − as chamadas ações afirmativas − aponta diferenças inconciliáveis entre os que defendem e os que contestam tais políticas. E, na análise do doutor em Sociologia Aristeu Portela Júnior, a substância desse confronto reside na imagem de nação que cada um dos lados constrói. Segundo o autor da tese Ações afirmativas com recorte racial no ensino superior e disputas de identidade nacional no Brasil, “a noção de ‘mito da democracia racial’, ao mesmo tempo que aproxima, distancia os dois discursos de identidade nacional, o que impossibilita a conciliação dessas leituras, dados os seus posicionamentos acerca das relações raciais amplamente divergentes”.

Na pesquisa, defendida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE e orientada pela professora Eliane Veras Soares, Aristeu aponta que o discurso de identidade nacional dos textos contrários às ações afirmativas acentua uma ‘memória histórica’ de uma nação fundada na mestiçagem, entendida como sinal de uma população indistinguível em termos raciais, enquanto que os textos favoráveis às ações inclusivas enfatizam a escravização violentadora da população negra, além da presença marcante do racismo como um “caráter nacional” marcado pela negação da existência desses problemas.

Como argumento para a defesa da tese, o autor afirma que “os elementos definidores desse discurso de identidade nacional, presente nos textos contrários às ações afirmativas, foram construídos em diálogo com as formulações de Gilberto Freyre acerca das relações raciais no Brasil, mas que adquiriram sua forma atual a partir do Seminário Multiculturalismo e Racismo, de 1996, e, sobretudo, nas obras de Peter Fry e Yvonne Maggie”, e completa: “A marca do pensamento desses últimos é a revitalização e a ressignificação do mito da democracia racial, agora visto como ideal civilizacional a ser alcançado”.

PESQUISA | A pesquisa recaiu sobre textos opinativos publicados no Jornal O Globo entre os anos de 2004 e 2012, período temporal que representa, respectivamente, a primeira iniciativa de implementação de uma política de ação afirmativa em uma universidade federal, a Universidade de Brasília (UnB), e a aprovação da Lei nº 12.711/2012, que ficou conhecida como Lei de Cotas. “A mídia foi, durante esse período, um ambiente por excelência para o questionamento (principalmente) ou a defesa dessas políticas; daí ela se constituir como um locus importante para observamos esse debate”, explica o autor.

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Com o propósito de analisar o processo de construção do significado de símbolos como o “13 de maio”, a “Lei Áurea” ou a “Abolição”, o sociólogo identificou distintas perspectivas de nação que podem ser e, como atesta, “foram construídas”. Para o autor, o que o interessou na pesquisa foi justamente analisar um processo “de disputa de narrativas, de projetos e discursos de identidades nacionais no Brasil”. Na tese, Aristeu aponta, entre outras referências, que os diálogos interdiscursivos que orientaram a representação de nação presente nos textos favoráveis às ações afirmativas remetem ao Projeto Unesco sobre relações raciais no Brasil, e à caracterização da democracia racial como “mito”, por parte de Florestan Fernandes e do movimento negro, bem como à reflexão de Abdias Nascimento e Kabengele Munanga sobre as especificidades do racismo no Brasil.

Para historiar o posicionamento do movimento negro no processo reivindicatório em prol das ações afirmativas, o sociólogo resgata a atuação da Frente Negra Brasileira (FNB), criada em 1931, e o Teatro Experimental do Negro (TEN), de 1944, “ambos com atuação que associava a educação e o combate aos preconceitos e discriminações raciais”. Segundo Aristeu, nos casos abordados, “a educação aparece como uma via para se contestar, de um lado, os padrões de comportamento herdados do período escravocrata e reinventados no período republicano, que perpetuam no tempo a subalternização cotidiana da população negra; e, de outro, as imagens acerca da nação, da história do Brasil, que tendem a subestimar ou silenciar a contribuição dos negros para a constituição do país”.

Em contraponto, o autor ressalta que a questão da segregação racial não se colocava em pauta quando da implantação das universidades brasileiras. Conforme discorre na tese, a disputa ideológica em torno do ensino superior naquele momento era basicamente um debate em torno da formação de elites dirigentes para o país, de formação de quadros capazes de conduzir a nação para os caminhos que tais camadas privilegiadas julgavam adequado. “Isto é, a democratização do acesso às universidades não parecia ainda se constituir em pauta de reivindicação da classe política e intelectual brasileira – embora, nas formulações oriundas do TEN já indiquem a compreensão da exclusão dos negros desses espaços”, destaca.

ANÁLISES | Segundo reflete Aristeu Portela, em suas considerações finais da tese, no que tange aos discursos de identidade nacional, de fato há mais divergências do que convergências entre os polos favorável e contrário às políticas de ação afirmativa com recorte racial no ensino superior. “Ambos defendem que a sociedade brasileira possui especificidades no seu padrão de relações raciais, mas o modo como cada posição compreende tais elementos peculiares é completamente distinta, e aponta para narrativas nacionais que considero, sim, antagônicas”. E, para ilustrar esses antagonismos, ele cita o racismo e o reconhecimento da desigualdade.

Na tese, o autor analisa que os textos contrários às ações afirmativas, publicados em O Globo, apresentam um reconhecimento condicionado ou minimizado quanto ao racismo no Brasil, ao passo que os textos favoráveis são marcados por uma reafirmação enfática da sua existência. Já no caso do reconhecimento das desigualdades, o autor afirma que há uma distinção semelhante, nas suas consequências, e talvez ainda mais diretamente perceptível. “Opositores das ações afirmativas tendem a negar a importância da raça como fator delimitador de desigualdades e condicionante do acesso à universidade pública, considerando a classe social como o principal (ou único) aspecto considerado relevante”, afirma. Do outro lado, segundo Aristeu, “os defensores das ações afirmativas argumentam que a raça é um elemento condicionante das posições sociais e das oportunidades dos indivíduos na sociedade brasileira, sendo necessário, portanto, atacar esse problema específico, que não se confunde necessariamente com a questão da pobreza”.

Mais informações

Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE

(81) 2126.8285/2126.8284

ppgs.ufpe@gmail.com

Aristeu Portela Júnior

aristeu.portela@gmail.com


A Ascom divulga, semanalmente, uma pesquisa realizada na UFPE.

Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail ascom@ufpe.br.


EXPEDIENTE – Editado pela Assessoria de Comunicação Social da UFPE

Reitor: Anísio Brasileiro. Assessora de Comunicação Social: Vitória Galvão (DRT/PE 2.142).

Editora: Renata Reynaldo. PABX UFPE: (81) 2126.8000.

Assessoria de Comunicação Social: (81) 2126.8024 / 8025.

Divulgando – CURSO História da África Contemporânea: Trocas Atlânticas

46174519_10156114460109895_6460569851948695552_nCURSO História da África Contemporânea: Trocas Atlânticas. 30h/aulas. Gratuito. Três fins de semana( novembro e dezembro).Fundação Joaquim Nabuco/DERBY.

Módulo I: África 70 e o Brasil. 24/11(sábado de 8h às 12h; 13h às 17h) e 25/11(dom) de 9h às 11h. Profª Drª Luiza Reis .

Mód. II: Fluxos entre África e Brasil: dos tempos da diáspora negra às migrações africanas no século XXI.30/11( sexta de 19h às 21h) e 01/12(sábado das 8h às 12h e das 13h às 17h). Profª Drª Cibele Barbosa.

Mod. III: Trabalho,famílias e biografias atlânticas. 14/12( sexta de 19h às 21h) e 15/12(sábado das 8h às 12h e das 13h às 17h). Prof. Dr. José Bento Rosa.

Inscrições no formulário:
https://docs.google.com/…/1b3RXMyzdcbPhS1r0wGkze9dM3ii…/edit
Informações: Tel: (81)3073-6629

capacita.difor@fundaj.gov.br

cibele.barbosa@fundaj.gov.br

 

 

Divulgando: MINICURSO IMAGENS DA ÁFRICA: HISTÓRIA E CULTURA VISUAL. FUNDAJ/DERBY

46257174_10156114459334895_2917441997067255808_nMINICURSO IMAGENS DA ÁFRICA: HISTÓRIA E CULTURA VISUAL. FUNDAJ/DERBY (10h/aulas). Gratuito

Professora: Cibele Barbosa( Fundação Joaquim Nabuco)
Datas: 26 e 27 de novembro.(8H ÀS13H)
Fundação Joaquim Nabuco/Derby
Total: 10h/aulas.
Público: Professores, estudantes de graduação, ativistas, público em geral.
Inscrições: Preencher o formulário no link:
https://docs.google.com/…/16IoeCaMx1s3JEq_geRyKuwpEzqn…/edit
Vagas: 30.
Público: Estudantes, professores, público em geral.
Informações: cibele.barbosa@fundaj.gov.br

O presente curso tem como objetivo trabalhar a produção visual acerca da África a partir do final do século XIX até meados do século XX e visa interrogar de que modo as culturas e cotidianos das diversas “ Áfricas” se tornaram visíveis à sociedade ocidental na era da reprodutibilidade técnica. Nesse primeiro curso, mais focado nas discussões sobre imagem e colonialismo, iremos abordar de que modo produções visuais geradas em cenários coloniais produziram efeitos de verdade acerca dos africanos, consolidando a “ferida colonial” dos nossos dias. De que modo os africanos se apropriaram e ressignificaram suas representações imagéticas desafiando o discurso eurocêntrico? De que maneira as imagens sobre a África podem se tornar temas de pesquisas e material didático em sala de aula? Essas são algumas questões que serão trabalhadas no curso.

Divulgando – Minicurso Epistemologias do Sul e Feminismos Africanos – Profa. Dra. Isabel Casimiro

PHOTO-2018-11-10-14-26-40O Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS) da Universidade Federal de Pernambuco irá promover, com apoio do Instituto de Estudos Africanos (IEAf), do Programa de Pós-graduação em Psicologia (PPGP) e do Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS), o Minicurso “Epistemologias do Sul e Feminismos Africanos”, que será conduzido pela Prof. Dra. Isabel Casimiro do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.

Para este minicurso serão oferecidas quarenta (40) vagas e o público prioritário são estudantes de pós-graduação dos referidos programas.

Segue o link para inscrição no minicurso:

https://goo.gl/forms/GNUjwzTMU58hcVc92