É com muita dor que o IEAf tomou conhecimento do desaparecimento físico de uma das referências principais da sociologia moçambicana, o Professor Carlos Serra, em Portugal. Neste momento de dor e consternação, O IEAf se une à família enlutada e a toda a comunidade cientifica moçambicana. Serra é considerado como o primeiro sociólogo moçambicano, que introduziu estudos de sociologia moderna naquele país depois da queda do regime socialista. Serra obteve seu doutorado na França, e sempre foi uma das colunas do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, onde atuava como Professor Titular. Autor de muitas obras de história, sociologia e politica, dedicou-se também, nos últimos anos, à literatura. Foi premiado várias vezes graças ao seu blogue de oficinas de sociologia. Observador atento e sensível, representou a sociedade moçambicana e suas transformações ao longo dos últimos trinta anos, com sagacidade e uma humanidade fora do comum, inclusivamente na sua coluna fixa do semanário Savana. Aos seus alunos e colegas caberá agora a tarefa de recolher seu legado, dando continuidade ao seu trabalho para melhor homenagea-lo, num momento tão difícil para Moçambique e a África em geral.
Arquivo mensal: março 2020
Divulgando – 14º Congresso Mundos de Mulheres | FEMINISMOS AFRICANOS – CONSTRUINDO ALTERNATIVAS PARA AS MULHERES E PARA O MUNDO ATRAVÉS DE UM CORREDOR DE SABERES QUE CUIDA E RESISTE
Divulgando |Inscrição de comunicações – Seminário “Áfricas e Pós-Abolição: Saberes TransAtlânticos” – Universidade Federal de Juiz de Fora
O Seminário “Áfricas e Pós-Abolição: Saberes TransAtlânticos” recebe inscrição de comunicações até o dia 13 de março. Pesquisadores interessados em participar do evento, que será realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entre os dias 25 e 27 de maio, devem preencher o formulário eletrônico e fazer o encaminhamento do resumo.
O Seminário Áfricas e Pós-Abolição: Saberes TransAtlânticos é fruto de diferentes encontros acadêmicos ocorridos nos últimos anos em Minas Gerais.
A extensão da linha de pesquisa Memória, Áfricas e Escravidão do LABHOI – Laboratório de História Oral e Imagem da UFF para a UFJF em 2018, transformou o LABHOI em rede interinstitucional e permitiu a integração entre o laboratório e o grupo de pesquisa Afrikas, gerando um novo grupo de pesquisa no CNPq, o LABHOI/Afrikas, que atualmente é coordenado por Hebe Mattos e Fernanda Thomaz.
Em maio de 2019, o programa de Pós-Graduação em História da UFJS promoveu o Iº Seminário de Pós Abolição e História Pública.
O encontro reuniu pesquisadores de diferentes instituições e reuniu os membros do GTEP/ ANPUH (emancipações e pós-abolição) em Minas Gerais, construindo um evento pioneiro acerca dos temas.
No mesmo ano, o LABHOI/Afrikas organizou o colóquio “Áfricas e Brasis: Saberes Transatlânticos” em parceria com os organizadores do Seminário da UFJS e o GETP/ANPUH, realizado nos dias 27 e 28 de novembro de 2019.
Essas diferentes interlocuções instigaram a dar continuidade aos encontros e a delinear novos rumos para 2020.
O Seminário Áfricas e Pós-Abolição: Saberes TransAtlânticos, a ser sediado na UFJF entre os dias 25 e 27 de maio, pretende reunir e aprofundar o diálogo acadêmico nos campos de Estudos Africanos, Pós-Abolição e História Pública.
Convidamos pesquisadores a submeterem trabalhos que ampliem as possibilidades de compreensão sobre Áfricas em suas distintas temporalidades e interconexões, de modo a reavaliar o próprio campo de estudos que, nos últimos 16 anos, cresceu consideravelmente no Brasil com produções acadêmicas sofisticadas em torno das experiências e práticas sociais dos africanos, desde o plano continental até suas conexões externas. Buscamos discutir também as interconexões em torno da atlanticidade que margeia as relações com o Brasil e a Afro-América à sombra do tráfico intercontinental, com ênfase na história do racismo e da cidadania negra em contextos atlânticos escravistas e pós-escravistas.
A História Pública da Escravidão e das Emancipações em Minas Gerais, em especial, maior província escravista do país, é outro ponto fundante do Seminário, ratificando o esforço da primeira edição de escrutinar os “becos da memória” negra em Minas, oportunizando a emersão de novas subjetividades negras e refletindo sobre seus desdobramentos na escrita de uma história que descortine novas epistemologias para o ensino de História, a partir dos seguintes eixos temáticos:
SIMPÓSIO TEMÁTICO
ST 1 – Emancipações, pós-abolição e memória
Neste eixo do simpósio, em diálogo com o Grupo de Trabalho Emancipações e Pós-Abolição (Gtep) da Associação Nacional de História (Anpuh) e procurando aprofundar uma perspectiva decolonial nas abordagens abertas por este campo de pesquisa, bem como fortalecê-lo em Minas Gerais, encorajamos a submissão de trabalhos que articulem os seguintes temas ou abordagens:
1) experiências de escravizações, precariedade da liberdade e possibilidades de cidadania no mundo atlântico;
2) raça, gênero, classe e etnicidade em sociedades escravistas e pós-escravistas;
3) escravidão e racismo estrutural: arcaísmos e modernidade como questões historiográficas;
4) trajetórias e subjetividades negras e indígenas na escravidão e na liberdade;
5) racismo estrutural, escravidão e política no Brasil imperial e republicano;
6) escravidão, racismo e história do trabalho;
7) trabalho rural, migrações negras e pós-abolição em perspectiva comparada;
8) etnogêneses negras e indígenas em perspectiva histórica;
9) movimentos negro e indígena como questão historiográfica;
10) história e cultura negra no Atlântico: revisitando Minas Gerais
ST 2 – Áfricas: Tempos e Reconexões
Este simpósio temático propõe pensar as Áfricas em diferentes temporalidades e conexões a partir de várias áreas disciplinares que tem possibilitado a construção do campo de Estudos Africanos no Brasil, permitindo o surgimento de novas abordagens teóricas, metodológicas e epistemológicas. Pretende-se com este simpósio integrar pesquisadores de todo o país instigando à submissão de trabalhos com diferentes temas, podendo sugerir alguns deles:
1) Estudos Africanos e seu ensino no Brasil
2) Deslocamentos e conexões africanas
3) Metodologias de pesquisa e abordagens historiográficas nos Estudos Africanos
4) Movimentos sociais e lutas por direitos em África
5) Relações de gênero e experiências de mulheres africanas
6) Trabalho, relações de dependência e escravidão na África
7) Interconexões atlânticas, tráfico intercontinental e fluxo de populações africanas
8) Dinâmicas religiosas e práticas espirituais
9) Produção artísticas e dimensões culturais no continente africano
10) Intelectuais africanos e caminhos epistemológicos
ST 3 – História Pública e Ensino de História
Pensar as relações entre a História Pública e o Ensino de História é o objetivo desse ST, a partir do reconhecimento das interfaces entre divulgação do conhecimento histórico e as formas como passado/presente e se repensam. Para tanto convidamos trabalhos que se pautem em pesquisas voltadas para:
1) Ensino e reescrita da História;
2) Epistemologias do Ensino de História;
3) História Pública e construção de narrativas;
4) Memórias e subjetividades no ensino de História;
5) História pública, currículo e mediação docente,
6) Metodologias de pesquisa e Ensino de História
7) História Pública, racismo estrutural e história subalterna
8) Gênero, raça e classe aos olhos da História Pública
CRONOGRAMA
Inscrição de comunicações: Até 13/03/2020
Resumo: 1800 a 3000 caracteres com espaço (que será publicado nos ANAIS) a ser enviado ao email: africasbrasisaberes@gmail.com
O evento contará com um comitê científico e um comitê pedagógico para a seleção dos trabalhos. As propostas selecionadas pelo Comitê Pedagógico serão adaptados para uma posterior produção de material didático para uso na educação básica. Autores poderão optar por realizar a adaptação ou autorizar que a mesma seja feita pelo Comitê.
*Informar na inscrição se autoriza a adaptação do texto pelo comitê pedagógico para produção de material didático ou se fará a adaptação.
*Ficha de inscrição deverá informar raça/gênero e mini-currículo
Divulgação de trabalhos aprovados: 13/04/2020
Entrega do texto completo para circulação entre os participantes até 30/04/2020
Comissão Organizadora:
Giovana Castro (UFJF), Hebe Mattos (UFJF), Livia Monteiro (UNIFAL), Fernanda Thomaz (UFJF)